Para defender a greve dos magistrados, o presidente da Associação Nacional dos Juízes Federais (Ajufe), Gabriel Wedy, afirma que as varas de Execução Fiscal arrecadam cerca de R$ 10 bilhões por ano. O montante é muito superior ao impacto do aumento pedido pelos juízes federais aos cofres públicos, que seria de R$ 350 milhões, segundo o dirigente.
Wedy, diz que as reivindicações são por mais segurança, estrutura de trabalho e uma política de saúde previdenciária e remuneratória. "Vamos fazer as citações e as intimações da União no dia 29, na terça-feira, que ficaram concentradas desde o dia 20 de outubro. Todos os processos de interesse do cidadão foram atendidos nesse período", disse.
"Nos últimos seis anos tivemos apenas um reajuste de 8%, enquanto que o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chegam a quase 40%", afirma.
Segundo o presidente da Ajufe, a categoria pede aumento de 21% para os magistrados federais. "Os juízes federais arrecadaram, só no ano passado, R$ 7 bilhões. No ano de 2009, arrecadamos R$ 11 bilhões, no ano de 2008, arrecadamos R$ 9,6 bilhões. Ou seja, temos arrecadado quase uma média de R$ 10 bilhões por ano nas varas de execução fiscal e o curso da revisão do subsídio dos juízes é de R$ 350 milhões", justifica.
Segurança
Apesar da questão salarial estar entre as principais reivindicações, a segurança também é uma das exigências. Segundo dados do CNJ, 150 juízes foram ameaçados, mas, para a Ajufe, os dados são muito maiores.
"É de nossa competência julgar os criminosos mais perigosos do Brasil. Nós julgamos os líderes do crime organizado e do narcotráfico internacional e também muitos casos de corrupção, então os juízes criminais, que são cerca de 800 em todo o Brasil, correm potencial risco", afirma. "A verdade é que entre juízes e promotores, seis foram mortos nos últimos. Na Itália, quando eclodiu a operação Mãos Limpas, do combate da força pública italiana contra a (máfia) Cosa Nostra, foram assassinados dois juízes", compara.
Wedy diz que um mês e meio antes da morte da juíza estadual do Rio de Janeiro Patrícia Acioli, ele foi ao Senado acompanhado de oito juízes ameaçados para pedir a aprovação do projeto, de iniciativa da Ajufe, que permite o porte de arma para os agentes que fazem a proteção dos magistrados.
Indagado sobre as críticas da corregedora do Conselho Nacional de Justiça, Eliana Calmon, contra os eventos para magistrados financiados por empresas privadas, Wedy diz que não vê problemas na realização dos mesmos, já que não influenciam nas decisões tomadas pelos magistrados. "Vivemos em uma sociedade capitalista", disse ele ao comparar esse relação com os recursos que veículos de imprensa recebem do poder público para publicidade.
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